Ser eficiente já não é suficiente, pois isso apenas adia o esgotamento dos recursos naturais. Se as tendências históricas continuarem, a extração de recursos aumentará em quase 60% até 2060, o consumo de energia crescerá em 50% e as emissões aumentarão em 83%. Portanto, é imperativo adotar novas formas de pensar e agir.

A Economia Circular propõe um novo modelo macroeconômico de desenvolvimento, que se baseia na geração e manutenção de valor sem produzir resíduos. Esse modelo desvincula a produção da exploração de recursos naturais, promove o investimento em energias renováveis e práticas regenerativas, melhora a transparência na cadeia de suprimentos, otimiza o uso de recursos e assegura a sustentabilidade dos negócios. Além disso, oferece uma solução para as três grandes crises planetárias atuais: a perda de biodiversidade, a poluição por resíduos e as mudanças climáticas.

Economia Circular: A transformação necessária para um desenvolvimento sustentável

A transição para a Economia Circular global não ocorrerá de um ano para o outro, nem será resultado do esforço isolado de uma única empresa, cidade ou país com soluções a curto prazo. Essa mudança exige uma visão crítica e de longo prazo, que promova novas formas de produção, consumo e relacionamento.

O conhecimento prático dos princípios fundamentais da Economia Circular é essencial para que a sociedade, o mercado e os governos entendam a nova dinâmica de negócios e desenvolvimento tecnológico, baseada na integração da cadeia produtiva. Isso implica em novos processos, responsabilidades, formas de governança e um novo equilíbrio econômico.

Economia Circular: Da Europa para o Brasil

Os 5 modelos de negócios da
Economia Circular

Assegurando o alinhamento com as melhores práticas globais, utilizamos a terminologia estabelecida pela OCDE, que define cinco modelos de
negócios circulares.

Esses modelos permitem um crescimento independente da exploração de recursos naturais, promovendo a geração de valor, a vantagem competitiva e a sustentabilidade das empresas. Além disso, eles diminuem o impacto ambiental, a geração de resíduos e a poluição, uma vez que se baseiam na restauração do capital natural e social.

Produto como serviço

Uma nova forma de disponibilizar seu produto ao mercado, permitindo uma experiência de uso sem a necessidade da compra. Isso traz praticidade, conveniência e eficácia. Produtos tornam-se serviços e o consumidor passa a ser um usuário.

Insumos circulares

Substituição de materiais tradicionais por insumos renováveis, de origem biológica ou recuperáveis.
A base da Economia Circular é a renovabilidade.

Recuperação de recursos

Produção de matérias-primas secundárias a partir de resíduos.
Na Economia Circular, a reciclagem é considerada um setor crucial para a criação de novas cadeias de valor a partir de materiais que,
de outra forma, seriam descartados.

Extensão de vida útil

Produtos e componentes circulares são caracterizados pela durabilidade e modularidade. Nesse contexto, o design desempenha um papel crucial para garantir que os produtos possam ser consertados, remanufaturados, revendidos e compartilhados, prolongando seu ciclo de vida.

Compartilhamento

Modelo de negócio que elimina a ociosidade e possibilita atender mais pessoas sem aumentar a produção. Plataformas digitais aumentam a taxa de utilização dos produtos e otimizam o uso de recursos, permitindo que múltiplos usuários se beneficiem de suas funções.

Os 7 princípios para a Educação Circular

“A educação circular deve ser ousada visando abrir mão do que não funciona com novas alternativas para projetar o futuro. Com novos horizontes deve ser uma educação em cooperação com
a indústria em um movimento à frente do seu tempo. Flexível, testando sempre novas ideias e com um modelo multidisciplinar”


Programa Green Brains, Holanda (2016)

Na transição da economia linear para a economia circular,
é essencial atualizar as habilidades de indivíduos, equipes
e organizações para garantir uma mudança eficaz.
Os profissionais do futuro serão aqueles capazes de aplicar
o pensamento crítico circular em suas atividades, adquirindo novos conhecimentos e competências.

Em 2016, o Reino dos Países Baixos reuniu diversos
pesquisadores para discutir a didática da circularidade
no currículo escolar e lançou o Manifesto de Educação
para a Economia Circular
. Esse manifesto descreve
o conceito de educação circular e os princípios
fundamentais que devem ser seguidos, servindo como
referência para o desenvolvimento de todas as atividades
do IBEC.

1 : : Projete
para o futuro

Considere a perspectiva sistêmica durante o design do projeto, utilizando materiais apropriados, garantindo uma longa vida útil e maximizando o uso do produto.

2 : : Tecnologia
digital

Monitore e otimize o uso dos recursos e fortaleça as conexões entre os atores da cadeia produtiva por meio de plataformas digitais e tecnologias, que são excelentes fontes de geração de conhecimento.

3 : : Entenda a vida útil
dos produtos

Enquanto os recursos estão em uso, busque mantê-los, repará-los e aprimorá-los para maximizar sua vida útil, e ofereça uma segunda vida a eles por meio de estratégias de “take-back” (retorno), quando aplicável.

4 : : Repense o modelo de negócio

Considere oportunidades para gerar valor e oferecer incentivos por meio de modelos de negócios que integrem produtos e serviços.

5 : : Use resíduos como recursos

Utilize materiais residuais como fontes secundárias de recursos e recupere resíduos por meio de reuso ou reciclagem.

6 : : Priorize recursos renováveis

Certifique-se de que recursos renováveis, reutilizáveis e naturais (não tóxicos) estão sendo utilizados de forma eficiente como matéria-prima e energia.

7 : : Junte-se a
outros para criar
valor agregado

Considere a perspectiva sistêmica durante o design do projeto, utilizando os materiais adequados para garantir uma longa vida útil e maximizar o uso do produto.